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Teatro Experimental Flaviense
Largo do Monumento, Edifício Nova York
Chaves
5400-409

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tefchaves@sapo.pt

 

 

 

Peças Em Cena

"A Rainha Louca o Riso e a Morte"

“O Escorial”, esta genial obra de Michel de Ghelderode que na adaptação do TEF se deu o titulo: “A Rainha Louca o Riso e a Morte” conta a história do último encontro entre uma Rainha e a sua Aia, separadas por uma relação de poder, unidas por um sentimento de dependência emocional embora cada uma delas se mantenha fiel à sua condição. Nos incríveis jogos e passatempos a que se dedicam penetram, numa incauta vertigem, em territórios, tanto do consciente como do inconsciente, absolutamente impensáveis e perversos. Dilaceram-se reciprocamente em contendas de tal forma psicanalíticas que só a morte poderá por fim a estes jogos de pavor. De modo a clarificarem as suas aberrações a Rainha propõe perigosamente que troquem de personalidades para desmedido terror da Aia que sabe a que acontecimentos terríveis, pode este jogo conduzir. No fundo ambas sabem que não podem sair incólumes desta confrontação que poderá ser tudo menos de “ faz de conta”. Desta forma entram numa estonteante e dilacerada análise dos seus seres e comportamentos. Tudo está reunido para que as máscaras possam cair; é o momento em que o conflito atinge planos inimagináveis de crueldade.
Uma Rainha enlouquecida pelo pavor do ritual da morte e dos fantasmas e simultaneamente contaminada por dilacerantes ciúmes recalcados.
Uma Aia cujo sentimento de amor/ódio pela sua Rainha a conduz a planos de alma absolutamente macabros.
Este drama conduz a plateia a uma alucinante, estranha e terrifica viagem ao interior das doentias mentes dessas duas mulheres. As duas, num duelo terrível, agridem-se com estocadas verbais cheias de tragédia e de imprevisíveis consequências. A luta entre elas torna-se num cruel e perspicaz jogo psicológico, entre o poder e a submissão, a lucidez e a loucura, a lealdade e a traição. A luta por uma sobrevivência, seja ela qual for, perante a eminência da morte é alucinante. Esta peça revela de uma maneira impiedosa os mecanismos da vingança e a tragédia de uma certa forma a desmontagem do ser humano em toda a sua complexidade e crueldade.

 

Peças Em Cena

"Jorge Dandino ou Um Marido Confundido"

Jorge Dandino é uma das mais extraordinárias peças de Molière. Comédia? Drama? É praticamente impossível classificar esta complexa obra de Molière. De inicio parece que pretende tratar-se de uma comédia.
A peça conta a história das desventuras de um plebeu, rústico, que embora pertencendo a um baixo estrato social é muito rico; e sobretudo um homem bom.
Quando começa a peça, ele, Dandino, lamenta-se amargamente de ter cometido a a...sneira de um dia, por loucura momentânea, se ter casado com uma fidalga e conclui que ela não casou com ele mas sim com o seu dinheiro.
Depois destas conclusões uma catadupa de acontecimentos vai destruindo Dandino através de trapaças, todas da autoria da sua fidalga mulher. A evolução narrativa desta peça passa pela habitual situação, muito comum neste género de teatro da traição matrimonial. Traição essa que leva Dandino ao desespero, não exactamente por ciúmes mas sim por uma atitude quase de vingança.
O que Dandino pretende sobretudo é provar a infidelidade da sua mulher como justificativo da sua ânsia de separação. Essa separação não interessa à sogra que vive da fortuna do genro. Uma série de situações trágicas e cómicas culminam a peça de uma forma surpreendentemente genial.